Uma das grandes paixões do Brasil e do mundo, o futebol também está presente na rotina dos apaixonados fora dos gramados. Apostas esportivas em futebol e de outras modalidades têm movimentado a economia mundial, principalmente em países em que a prática é legalizada. Só os brasileiros movimentam cerca de R$ 2 bilhões no mercado de sites de apostas atualmente - caso as apostas fossem legalizadas no Brasil, um estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que a o setor poderia abrir caminhos para investimentos no setor, movimentando até R$ 10 bilhões.
 
A alta conectividade no país também ajuda a alavancar as apostas em futebol: segundo o IBGE, 81,2% dos estudantes estão conectados por telefones, número que aumenta em níveis de escolaridade mais elevados. Enquanto os jogos ainda não são legalizados no Brasil, é impossível mensurar com exatidão, mas usuários afirmam que o setor de entretenimento online é utilizado por 76,4% dos internautas. Não é só no Brasil que as apostas esportivas estão em alta: o boom econômico no setor é uma tendência mundial em crescimento constante.
 
Nos Estados Unidos, um estudo da Gambliang Compliance analisou os próximos cinco anos do segmento de apostas esportivas. De acordo com o levantamento, Nova York deverá gerar cerca de US$ 700 milhões em receitas anuais, superando até Nevada, que detém a maior parte do mercado no país, com um recorde de US$ 248 milhões. O centro de expansão nas apostas em futebol e gerais deve migrar para a região Nordeste dos EUA segundo o relatório.
 
Se antes Nevada era o único estado com apostas legais em jogos individuais, a legalização também vem sendo revolucionada na terra do tio Sam. A corte americana liberou recentemente os estados a legalizarem as apostas em eventos esportivos individuais, como as apostas em futebol, por exemplo. Outra tendência apontada pelo relatório da Gambling Compliance é que os Estados Unidos irão se tornar um dos maiores players mundial de apostas esportivas, superando até a China e o Reino Unido. A estimativa é que o mercado legal de apostas dos EUA valerá entre US$ 3,1 bilhões e US$ 5,2 bilhões em receita anual até 2023.
 
Do Paraguai à França: revolução nas apostas em alta no mundo todo
Mas nem tudo são flores para o setor. Depois de uma eleição geral realizada em abril, o Paraguai deverá sofrer mais uma mudança em sua liderança política em agosto. Depois de 10 anos de renovação recíproca das licenças de várias operadoras de cassinos tradicionais, a nova liderança colocou um fim em um monopólio cujas licenças não iram expirar até 2025.
 
Enquanto isso, as apostas esportivas na França batem recorde trimestral. O mercado de apostas em futebol e outras modalidades vem crescendo na Europa, com aumento de 28% na receita francesa do primeiro semestre de 2018. Segundo a ARJEL, agência reguladora francesa, as operadoras de apostas esportivas online do país mantiveram um volume de € 847 milhões em apostas nos três meses encerrados em março, com um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano anterior, registrando um novo recorde desde a regulamentação em 2010.
 
O valor recorde aumentou a receita da França em 28%. Cerca de €465 milhões são provenientes das apostas em futebol, que foram responsáveis por 55% do total de apostas esportivas, com crescimento de 34%. Enquanto isso, as apostas no tênis alcançaram €163 milhões, com aumento de 26%, e o basquete teve apostas totais de €125 milhões, com um salto de 53% na modalidade.
 
Mercado de apostas nos EUA aquece turismo e empregos
 
Las Vegas é um exemplo de cidade que prosperou graças aos cassinos. Atraindo milhões de visitantes aos seus estabelecimentos faraônicos, o turismo de jogos movimenta a economia local não só em Las Vegas. Segundo a American Gaming Association, há mais de 100 cassinos em operação em 40 dos 50 estados americanos. De acordo com a organização, eles são responsáveis por mais de 1,7 milhão de empregos diretos em todo o país - estima-se que onde há cassinos o desemprego local seja até 8% mais baixo em comparação com regiões sem esses estabelecimentos.
 
Legalização de sites de apostas e cassinos traria benefícios para a economia
Apenas 37 dos 193 países-membro da Organização das Nações Unidas (ONU) proíbem jogos de cassinos. Abrir um cassino, por exemplo, só não é permitido no Brasil, em países de origem muçulmana, como Arábia Saudita e Indonésia e outras nações como Islândia e Cuba.
 
Em 2012, os cassinos foram proibidos no Brasil, época em que as apostas legalizadas eram limitadas às da Loteria Federal - que arrecadou cerca de 12,8% bilhões em 2016. De olho na geração de emprego e renda que geraria uma receita de impostos estimada em R$ 29 bilhões no Brasil, o governo federal estudou a legalização dos cassinos no país em 2015. Apesar disso, o projeto de lei não seguiu adiante mesmo com a estimativa de um alívio financeiro nas contas públicas. Com isso, o que resta para o público apaixonado pelos jogos de cassino e apostas esportivas é continuar se deleitando com os cassinos online que não podem ser tornados ilegais, já que não operam no país, mais uma fonte de arrecadação que é desperdiçada.