Expectativa é seguir o exemplo de destinos como Las Vegas e Macau para impulsionar o turismo no Brasil
 
Um dos principais pilares econômicos de diversos países desenvolvidos, o turismo no Brasil vive a expectativa da regulamentação dos cassinos no país. Atualmente tais práticas são proibidas. A questão tem sido levada a sério, pois, o Congresso Nacional, concentrado em esforços no reajuste dos gastos públicos, tem paralelamente buscado avançar nas tratativas pela regulamentação, que pode estimular o crescimento da economia brasileira e aumentar significativamente a arrecadação tributária no país.
 
Funcionou em outros lugares. A cidade de Las Vegas, presente no imaginário de milhões de pessoas pelo mundo afora, é o principal exemplo disso. Projetada no meio do deserto nos Estados Unidos, “Vegas”, como é carinhosamente chamada por seus visitantes, hoje é um dos principais polos de turismo da América do Norte. Os números impressionam – a indústria de jogos geram em média 1,7 milhão de empregos. Somado a isso, de acordo com um relatório da Associação Americana de Jogos, Las Vegas produz um PIB conjunto (incluindo hotéis, shows e toda a cadeia econômica) de US$ 240 bilhões (R$ 780 bilhões) – valor superior a toda a economia do estado do Rio de Janeiro.
 
Cheia de cassinos e resorts luxuosos, Las Vegas fatura mais com atrações que orbitam em torno da indústria de apostas do que propriamente com o jogo. O turista pode curtir a cidade de Las Vegas mesmo se não tiver interesse em apostas. A oferta de lazer, festas e espetáculos de música e dança é gigante. Os turistas vêm de todas as partes do mundo e gastam quantias significativas de dinheiro, que geram tributos para o estado de Nevada. Estima-se que em 2014, último ano antes da recessão no Brasil, turistas brasileiros gastaram 8 bilhões de dólares em Las Vegas. Um ideal de prazer e felicidade, que no fundo são as buscas de todo turista, foi criado em torno de Las Vegas. Uma cidade que veio praticamente do nada. Tudo isso impulsionado pela indústria do jogo. O último relatório publicado pelo Centro de Pesquisas sobre Jogos da Universidade de Las Vegas indicou um aumento de receitas de cerca de 3% com apostas somente nos primeiros meses de 2018.
 
O destino dos asiáticos que gostam de apostar
 
Outro lugar do mundo que possui luxo e números igualmente impressionantes é a região administrativa chinesa de Macau. Se Vegas obtêm receitas turísticas diversificadas, quem mais traz lucros a Macau é mesmo o jogo. Considerando apenas apostas, é estimado que Macau arrecade oito vezes mais que Las Vegas. A região passou recentemente por uma reestruturação de suas leis de fiscalização dos cassinos, que vinham sendo o centro de esquemas de corrupção. Isso ocasionou uma queda nas receitas do turismo de jogos do local. Após a ofensiva do governo no combate às práticas ilícitas, como a lavagem de dinheiro, os números voltaram a crescer. O turismo cresceu quase 20% em 2017, impulsionado pela indústria do jogo. É para Macau que os chineses abastados e ricos de outros países asiáticos vão para se divertir e tentar a sorte.
 
Enquanto a regulamentação não vem, sites de apostas estrangeiros desbravam o mercado brasileiro
 
Além de impulsionar o turismo no Brasil, a indústria do jogo pode gerar receitas para o governo de outras formas. A principal delas é com a regulamentação de sites de apostas. O mercado brasileiro já representa uma importante fatia para diversos sites de apostas que têm seus servidores em países com regulamentação pra tal atividade. Alguns desses sites já investem em infraestrutura para atender o apostador brasileiro. Eles oferecem conteúdo e suporte em português há alguns anos e adotam estratégias agressivas para atrair mais jogadores, como o bônus Bumbet, por exemplo, que é uma oferta de 100% crédito para os usuários que investirem até 200 reais em apostas. Ou seja, quem apostar até R$ 200,00, recebe um crédito de mais R$ 200,00 para tentar a sorte.
 
A proibição no Brasil se mostra ineficaz, pois o mercado existe e os países que hospedam esses sites arrecadam impostos que poderiam ficar por aqui para serem revertidos para áreas como saúde e educação. Seguindo essa linha, a Suíça acaba de proibir sites de apostas estrangeiros de operarem no país. Somente empresas regulamentadas no próprio país poderão funcionar.
 
Ministério do Turismo quer a regulamentação
 
Enfrentando desafios de ordem tributária, o governo brasileiro tem demonstrado interesse em efetivar a regulamentação dos cassinos, resorts e sites de apostas. Na abertura  do 60° Congresso Nacional de Hotéis, o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, defendeu a medida. Segundo Lummertz, a geração de empregos está no DNA do turismo, e a regulamentação dos cassinos e resorts vai servir para a criação de novos postos de trabalho que, consequentemente, vão estimular a movimentação da economia no país.
 
Os primeiros passos estão sendo dados e as diferentes propostas sobre a regulamentação de jogos de cassino no Brasil estão sendo efetivamente discutidas com especialistas. Há uma eleição no caminho, mas com boa vontade pode-se chegar a uma legislação justa, que privilegie e fiscalize tanto quem quer investir no setor, quanto quem é apaixonado pela emoção das apostas. Uma revolução pode estar prestes a acontecer no turismo no Brasil.